IV. FORMAÇÃO DO CATEQUISTA NO SABER FAZER PARA COMUNICAR
O catequista será preparado para saber interagir a fé com a vida[1], e a mensagem comunicada, seja acompanhada do testemunho, a fim de suscitar nos corações o desejo de seguir Jesus Cristo.
A sua pedagogia educadora será a mesma de Jesus (mistério da encarnação), assumindo a condição humana entrou na história do homem, se fez um com ele, mas não perdeu a sua dignidade divina. Por meio do diálogo, do respeito, entrava em relação, conhecendo a realidade do indivíduo, aos poucos revelava o mistério do seu profundo amor[2].
Este ministério exige do educador a capacidade de relações humanas fraternas, para aos poucos conduzir o educando a maturidade da fé, respondendo as suas interrogações, superando a religiosidade infantil, que tantas vezes refletem na vida do adulto, impedindo-o de crescer rumo a maturidade de Cristo (cf Ef 4, 13).
O catequista não deve exercer o ministério isoladamente, mas unido a Igreja em espírito eclesial, participando do grupo de catequistas, para seu amadurecimento na fé e testemunho de vida cristã. A experiência comunitária será um apoio no exercício da sua missão, pois não anuncia o Evangelho em seu próprio nome, mas é a Igreja que confia este serviço de educador da fé.
O catequista educador é aquele que “desperta e provoca a palavra dos membros da comunidade”[3], é o comunicador da fé que deverá utilizar os meios modernos de comunicação com os critérios éticos para inculturar o Evangelho no coração do homem desta nova cultura.
A partir de uma formação básica sobre o relacionamento humano, vida de grupo, para que o catequista seja capaz de comunicar-se por meio da pedagogia da fé e da metodologia, com a finalidade de conhecer o destinatário em seu contexto cultural etc..., e fazer juntos um planejamento de sua ação educadora[4].
4.1 Fé e Vida um desafio
A fé simples do nosso povo sofre os ataques da secularização, enfraquecendo os valores religiosos e morais. Na vida urbana está crescendo sempre mais a confiança na ciência e no progresso da tecnologia, que transmitem valores e modelos de vida contra o evangelho[5].
Tantas ideologias no decorrer da história até hoje, negaram e negam as verdades sobre Deus e o homem, no desejo de tornar impossível a construção de uma sociedade com um rosto humano[6].
O aumento das seitas, se conclui pelo fato do vazio pastoral e por falta de formação qualificada de seus agentes, perdendo assim a identidade cristã, conseqüência do não testemunho. Os pequenos empobrecidos frágeis na fé se convertem a seitas na busca de um sentido religioso para suas vidas, porque aqueles que deveriam dar um testemunho evangélico não o deram[7].
Os ambientes secularizados, tem influenciado nas comunidades, perdendo o autêntico sentido eclesial[8], impedindo o crescimento a maturidade de fé, devido as pressões secularistas, as mudanças culturais, dos influxos de seitas proselitistas e sincréticas[9].
A religião faz parte do ser da personalidade do homem, mas sua imaturidade invade o psíquico das pessoas. Se observa a realidade das comunidades, onde tantos adultos, vivem somente alguns aspecto da experiência cristã, a sua pertença a uma comunidade eclesial, na maioria dos casos é apenas uma solução pessoal, mas não ligada diretamente a comunidade cristã e a vida sacramental, no entanto participam de alguns momentos (celebrações, sacramentos, encontros de formação etc...)[10].
4.1.1 Religiosidade do adulto
Diante desta análise da realidade, da crise de identidade religiosa, se conclui que a figura dos pais influenciam muitíssimo na vida religiosa dos filhos, já nos primeiros anos de vida normalmente estes representam a figura religiosa no relacionamento pais e filhos ( Deus e o homem – mãe e Maria).
É na família que se desenvolve toda base humana religiosa, e se depara com esta dura realidade que está em crise, contaminada por este mundo descartável do amor, porque não se constrói relacionamentos duradouros, mas por um período, quando chega as dificuldades tudo vai pelos ares.
A base humana é frágil precisa ser reconstruída, por isso o esforço do educador catequista deverá ser maior e com capacidade pedagógica, para reeducar aos valores da vida e do amor no catequizando.
Se observa que a fé do adulto traz consigo traços infantis, porque não tiveram a confiança de base, que é missão dos pais dá-las, isto reflete no seu desenvolvimento religioso em relação a Deus. A maioria dos adultos (de 30-45 anos) não chegaram ainda a desenvolver totalmente as suas capacidades de conhecimento, afetividade e de comportamentos segundo a sua idade cronológica, em especial a maturidade religiosa[11].
A fé recebida na primeira e segunda infância se não forem bem interiorizadas e personalizadas, nas fases sucessivas passará por grandes crises religiosas, em especial na fase adulta, que poderá impulsionar ao nomadismo religioso[12].
O amadurecimento do adulto depende do clima afetivo vivido na infância e das práticas oferecidas pela religião. O testemunho dos pais na prática religiosa, (porque é o primeiro ambiente de socialização religiosa a que pertenceu) ajuda a formar o eu religioso na criança, o seu encontro consigo mesma, tudo isto será a matriz das posteriores experiências do eu adulto[13].
Os cuidados maternos e a maneira que os pais se relacionam com a criança e entre eles nos primeiros anos de vida, fará crescer o sentimento de confiança verso o mundo ou da desconfiança[14].
O relacionamento dos pais com os filhos é muito importante, que poderá influenciar inconscientemente, os tipos e estiles de relações na idade adulta. Se a base da formação da criança foi insegura, na idade adulta deverá ser reorganizada, tomando consciência da situação, para não causar desequilíbrio de personalidade que refletirá na sua vida com Deus.
Para superar este grande limite é necessário a base segura na vida da pessoa, portanto aqui está o papel do educador em anunciar e testemunhar que Deus é nossa segurança e refúgio, sendo uma presença de fé para estas pessoas que desejam caminhar e crescer na maturidade, ao contrário não crescerão e permanecerão imaturos.
Na realidade pluralista religiosa como a nossa, a religião não poderá servir para a fuga do mundo, mas deverá ajudar a colocar os pés no chão, para assumir responsabilidades na sociedade (fé e vida).
A pessoa deverá progredir na auto-confiança, para que seu relacionamento com os outros seja livre e autônomo, e cresça a auto-estima sendo este um sentimento básico para o relacionamento não infantil consigo e com Deus, que o fará crescer na auto-imagem construtiva de si, como também não deixando-se influenciar inconscientemente da educação negativa recebida[15].
É necessário ajudar o indivíduo a desenvolver suas capacidades humanas para integrar no comportamento, o sentimento religioso que apresenta níveis diferentes segundo a maturidade de cada um, como também será uma proteção em defesa do eu[16].
Será apresentado alguns desafios para os educadores no processo de amadurecimento da fé dos adultos, que trazem consigo comportamentos infantis:
1. Comportamento egocêntrico - é a incapacidade de aceitar pontos de vista diversos do seu para descentrar-se das próprias idéias.
2. Comportamento antropomórfico - é a tendência de representar Deus segundo os esquemas do comportamento humano (transferir para Deus, a imagem do pai ou da mãe, um amigo de jogo etc...). O antropomorfismo faz parte do desenvolvimento religioso e que assume três formas:
a) Antropomorfismo afetivo – projeta no seu relacionamento com Deus, atitudes conscientes ou não, comportamentos estruturados através do relacionamento familiar da primeira infância.
b) Antropomorfismo imaginativo – é a tendência de representar Deus segundo imagens e formas humanas.
c) Antropomorfismo moral – é a tendência de transferir a Deus algum aspecto moral que faz parte da sua própria concepção e estrutura[17].
3. Animismo – é a tendência de atribuir ( a Deus, aos objetos, eventos) intenções positivas e negativas verso o sujeito. É uma característica egocêntrica do pensamento infantil. Um exemplo: a criança rouba uma maça na plantação, depois de fugir do proprietário passa por uma perigosa ponte e cai na água. Dentro de si pensa que se não houvesse roubado com certeza na água não teria caído.
4. Magismo – é a tendência da criança de tornar-se proprietária das forças ocultas e superiores para sua própria vantagem, através de sinais e ritos sem algum compromisso pessoal, por exemplo: pulseiras, medalhas, correntinhas, ferraduras, figas, fitas vermelhas, etc...
4.1.2 Características da Religiosidade Imatura
As características principais da religiosidade imatura são estas:
Ø Mágica e animista, sua base se fundamenta nos elementos presentes na religiosidade infantil. O fanatismo, o misticismo, a tendência de atribuir intenções boas e más aos acontecimentos e a realidade presente. As práticas religiosas se transformam normalmente em supertições.
Ø Imitação, é quando o imaturo pratica a religião sem uma adesão profunda. O seu comportamento religioso provém das motivações exteriores, como a pressão familiar ou social e o conformismo ao grupo ou a cultura.
Ø Ritualista, é caracterizada da repetição de gestos e ritos. Estas pessoas manifestam traços de religiosidade mágico-obsessiva, visitando repetidamente certas igrejas e fazendo particulares orações, para exorcizar uma desgraça que provoca medo que poderá trazer qualquer desvantagem material.
Ø Verbal, consiste em fórmulas que se aprendeu a memória durante a infância, costumes e expressões externas que não correspondem a religiosidade interior.
Ø Utilitarista, se fundamenta na busca de aprovação social e no favor de Deus.[19]
Ser adulto na fé atualmente não é tão simples assim, este é um dos problemas da pastoral catequética. Para entender o processo do amadurecimento do indivíduo para tornar-se adulto do ponto de vista psicológico, social, cultural, exige-se uma profunda reflexão sobre esta base. No entanto não se poderá considerar adulta uma pessoa somente do aspecto humano, pois a maturidade da fé não se identifica com a maturidade psicológica, ma se pressupõe que uma fé adulta, haja uma personalidade adulta pelo menos relativamente[20].
À ajuda que se poderá dar, para que o indivíduo amadureça na sua vida de fé, será dando oportunidades que favoreça o seu crescimento como pessoa. Um dos sinais de uma autêntica maturidade é o equilíbrio afetivo, acompanhado da capacidade de discernimento, o senso crítico, a coerência e a abertura para o diálogo etc...
A cultura de hoje dificulta aos homens e mulheres a tornar-se adultos seja humanamente que espiritualmente, é um grande desafio para o indivíduo atualmente. O catequista é chamado a ajudar cada ser humano a amadurecer como pessoa em todas as dimensões fundamentais da personalidade[21].
É importante para o amadurecimento religioso-cristão o sentir-se amado na gratuidade, que desperta a capacidade de receber e dar amor, justamente neste ponto que a confiança e a liberdade produzem frutos, pois a pessoa sabe aceitar a importância do outro na sua vida e valoriza a si mesma que se personaliza, traduzindo em amor e dedicação a alguém (a Deus) ou a uma causa, ou a um projeto etc...
A capacidade de aceitar a realidade humana com seus limites seja individual que a do outro por uma causa maior, é um grande dom de Deus.
O aprofundamento da intimidade se dá no início da juventude onde se conquista a identidade e nasce o desejo de ter um relacionamento mais profundo com uma outra pessoa. Se percebe no confronto com o outro que é diverso, a revelação da própria identidade, no respeito recíproco da individualidade para chegar a comunhão, revelando os aspectos afetivos, familiares e sexuais recebidos.
Transportando para o caminho espiritual, que é importante para o relacionamento com Deus, a intimidade e a identidade, evitando o isolamento que impede o amadurecimento na fé, para entrar em comunhão com as quatro dimensões, Deus, Eu o Outro e a Criação[22].
4.1.3 Fé e Vida
A integração da fé com a vida é o objetivo da catequese que deseja suscitar a fé adulta no cristão por meio do seu intervento educativo na linha catequética, desejando criar no destinatário uma estrutura permanente e estável, capaz de guiar os atos cotidianos do cristão. Assim se poderá dizer que fé e vida são conteúdos da maturidade de fé[23].
O objetivo da integração fé e vida comporta que a transmissão da mensagem evangélica seja ligada com o processo global educativo e que a comunidade educadora (família, comunidade cristã, catequistas) não se preocupe somente do aspecto religioso (teológico), mas que saiba inserir-se no processo global do desenvolvimento e crescimento da pessoa.
A catequese não é somente uma transmissão de um saber metodológico, segundo o ritmo e as possibilidades do destinatário, mas é uma interação das diversas dimensões da pessoa na sua unidade, porque a fé deve ser compreendida como atitudes de um projeto de vida.
A fé deverá passar do estilo individualista de viver para uma consciência sempre mais comunitária, em um esforço sincero para integrar a fé com a vida na história humana com a da salvação, para que o homem atinja a libertação verdadeira[24].
A fé nasce do anúncio e convida a conversão e adesão a pessoa de Jesus como salvador e libertador. Depois do encontro pessoal com Ele, torna-se discípulo, aceitando o evangelho, tendo atitudes fundamentais de conversão e seguimento[25].
O seguimento de Cristo é uma forma de comungar profundamente sua vida e ideal, com a opção de toda sua pessoa humana e divina e seu projeto no mundo com adesão intelectual e conhecimento de sua doutrina[26].
Acreditar é reconhecer, o reconhecimento é uma experiência consciente, reflexiva e pessoal. Os discípulos de Emaús, conheciam tantas coisas sobre Jesus, que até aprenderam mais com ele durante o caminho, daquele desconhecido que os acompanhavam, mas somente quando partiu o pão, que eles o reconheceram. É justamente neste momento que nasce neles a fé, que logo após foram rápidos a comunicar aos outros o que tinha acontecido (cf Lc 24, 13-35). Portanto a fé é um conhecimento que penetra no mais profundo do coração do homem[27].
O princípio de interação fé e vida, deseja inculturar-se na vida do catequizando, na realidade em que vivem. O mistério da encarnação será o modelo de inculturação no mundo, na vida da humanidade, respeitando a diversidade, construindo fraternidade e favorecendo a participação de todos, seja na realidade social, política, econômica, cultural e religiosa, transformando-se também em conteúdo da catequese[28].
A realidade histórica de uma comunidade e suas aspirações autênticas deverão serem interpretadas a luz do povo de Israel, de Cristo e da comunidade eclesial.
O evangelho deverá inculturar-se nas culturas indígenas e afro-brasileiras, conhecendo as culturas e costumes do povo, assumindo formas e símbolos nas celebrações litúrgicas e encontros de catequese.
A catequese toca o coração da pessoa provocando assimilação intelectual do conteúdo da fé, transforma comportamentos, dinamizando a vida, unificando na fé, preenchendo o abismo daquilo que se acredita e aquilo que se vive, estimulando frutos de santidade[29].
A inserção no meio do povo com as experiências do dia a dia vai formando o catequista, amadurecendo-o a partir da escola da vida, tornando-o sensível diante dos sofrimentos e iniciando a participar nas lutas em favor da vida[30].
A mentalidade de fé nasce do conhecimento profundo e pessoal de Cristo em todo o seu mistério de Deus e homem[31]. Somente a pessoa que crê poderá relacionar-se com o Tu divino, que abrange neste contato com o próximo, o tu humano, no corpo de Cristo que é a Igreja[32].
A missão do catequista por meio da catequese é criar uma personalidade cristã, na qual a sua unidade e orientação, dinamismo, abertura aos outros e ao mundo seja enraizada na fé, motivada, sustentada e guiada por ela, para ter um relacionamento com Deus por meio de Jesus Cristo no Espírito Santo.
A fé será comunicada para tornar-se ação e ser coerente com a vida cristã, e na medida que a pessoa se deixa guiar, será capaz de acolher a ação do Espírito que vivifica e desenvolve a fé.
O catequista é aquele que educa no pensamento de Cristo, a observar a história, a julgar a vida, a escolher, a amar, a esperar, a viver, alimentar e conduzir e formar a mentalidade de fé em nome da Igreja em comunhão com ela[33].
Ele habilita o catequizando para adquirir a maturidade, ativando o seu comportamento para entrar em harmonia com suas capacidades, coerência, espontaneidade e discernimento, para no momento necessário poder dar testemunho da fé professada, com atos correspondentes de quem acredita, espera e ama (fé, esperança e caridade).
A mentalidade de fé se adquire educando-se no pensamento de Cristo:
Ø Ver a história como Ele, na preparação do advento do Reino de Deus (cf Mt 12, 28).
Ø Julgar a vida como Ele, superior a tudo o que se necessita (cf Mt 6, 25-34).
Ø Escolher e amar como ele em plenitude ( cf Jo 14, 31; 13, 1-34).
Ø Esperar e rezar com Ele (cf Jo 11, 41-42; 17; Lc 23, 46).
Ø Viver Nele em comunhão com o Pai no Espírito e com os irmãos (cf Jo 6, 56-57; 13, 20; 14, 10-26; 15, 1-11).
A fé deverá ser unida a vida, a sua separação da vida em especial na idade evolutiva corre um grande risco da progressiva divisão interna (a vida do evangelho), ou quando se inicia assumir certas responsabilidades concretas. Na pré e na adolescência, é um período em que se passa a crise de identidade, e na juventude é a fase que o jovem amadure no amor, e entram no mercado de trabalho, iniciando a participar da vida familiar com suas preocupações, surgindo as tensões espirituais que caracterizam hoje a opinião pública, influenciando o comportamento moral[34]. Tudo isto se não for trabalhado bem na formação cristã, produzirá grandes divisões no interior da pessoa.
O cristão é aquele que caminha contra a corrente. A raiz da fé está na consciência e não é apenas noções, mas é fonte de ação e vida. A pessoa inteira que acredita, vive, atua na comunidade cristã, então será capaz de andar contra a corrente neste mundo[35].
A não integração da fé com a vida é despedaçar a pessoa, é fazer violência a vocação cristã; portanto a vocação é contínua para integrar fé e a vida, e nos momentos de prova, procura ser forte e resistente ao mal, para não praticá-lo. É necessário que a fé passe por um longo exercício, para ser fortificada e seja uma luz que ilumine e sustente a capacidade de doação[36].
Uma formação fragmentada de noções, encontros esporádicos, não poderá dar coerência e unidade para criar uma mentalidade de fé. Sem um percurso, um itinerário, nunca se conseguirá formar ou criar a unidade de consciência.
Vemos a grande responsabilidade e ao mesmo tempo quanto requer competência pedagógica do catequista para programar e constantemente verificar e avaliar a própria ação educativa, de iniciação, de testemunho no contato com os catequizandos e com os diversos grupos.
A doutrina da fé deverá ser apresentada de forma organizada e adaptada ao destinatário para que haja:
Ø crescimento na fé,
Ø seja orientado ao crescimento e amadurecimento humano e cristão,
Ø centralizado nas atuais situações da vida,
Ø organizado de maneira que seja assimilado bem.
A fé se integra no mundo, e a vida na fé, porque o Filho de Deus se fez filho do homem. Jesus poderá ser aceitado se for apresentado como um evento de salvação, presente nos acontecimentos do cotidiano.
O catequista faz acontecer esta verdade na própria vida, pois sua ação é um ato eclesial, sendo testemunho do próprio Cristo na Igreja e na história do mundo[37].
4.2 O Grupo de Catequistas
Quando falamos do grupo de catequistas, se percebe a grande dificuldade que encontram os coordenadores para reuní-los, porque isto acontece? É uma pergunta que suscita tantas interrogações.
Se o grupo de catequistas é o primeiro testemunho comunitário eclesial (modelo o grupo dos apóstolos), o que acontece que a maioria são desmotivados a freqüentarem, tendo atitudes individualistas no seu ministério catequético?
Será que no início do ministério ficou realmente claro a importância da vocação e missão na vida eclesial (local) e da vida no grupo de catequistas?[38] É no grupo que se adquire energia espiritual, moral, humana para o anúncio do reino. Seria interessante saber as motivações profundas que levam uma pessoa a desejar ser catequista, pois é dela que depende o futuro dos cristãos e a missão da Igreja.
A pessoa com motivações profundas será capaz de assumir as conseqüências da missão aceitada, ao contrário não será consciente, então surgirão catequistas individualistas, doutrinários, sem didática para um projeto educativo, desinteressados pela sua atualização no ministério e pela vida paroquial, e pelo grupo de catequistas e a comunhão eclesial (equipe de formação diocesana).
Os cristãos preparados por este tipo de catequista, é sem compromissos com a comunidade, seguindo o exemplo do próprio educador, formado para uma Igreja egocêntrica e sacramentária, segundo os interesses próprios e não para a comunhão e participação[39]. São capazes de criticar sempre, sem sentimento de pertença a comunidade eclesial, pois quem se sente pertencente a uma comunidade, sabe dobrar as mangas e se colocar a serviço para o seu crescimento, assumindo não somente o que acontece de bom, mas também as coisas negativas existentes para um processo de conversão.
Em seguida será desenvolvido sobre a importância do grupo de catequistas para a vida eclesial, como testemunho de vida comunitária, pois ali fortalecidos serão capazes de formarem novos cristãos para a Igreja, que serão multiplicadores de comunidades educativas.
4.2.1 Experiência de grupo
Seguindo o exemplo de Jesus na convocação dos apóstolos, que os teve junto de si, para formar um grupo, educando-os para depois enviá-los. Os catequistas também foram chamados não para agir sozinhos, mas em grupo, pois é nele que se forma e se faz experiência do evangelho, sendo bem organizado produzirá frutos para o reino, porque o amor e a unidade fortalece a fé.
O grupo é o apoio para o catequista, em especial para quem está iniciando como educador na fé, é ali que se condivide as esperanças, os medos, as dificuldades encontradas no ministério, para adquirir segurança na ação. É no grupo que se exercita o diálogo e a comunhão fraterna, que dará frutos no encontro com os catequizandos[40].
O grupo de catequistas ultrapassa os limites da dinâmica de grupo (técnicas), mas é nele que se inicia a fazer experiências de vida comunitária (em uma pequena comunidade), porque Deus é comunidade (Trindade), comunhão de amor que vai além das motivações humanas que são necessárias. É ali que se aprende a ser Igreja, um lugar importante para o educador, pois neste ambiente crescerá o relacionamento humano, espiritual e comunitário da fé[41].
“O catequista deve viver sua experiência cristã e sua missão dentro de um grupo
dos catequistas que dará continuidade a formação e oferecerá oportunidades para oração em comum, a reflexão, a avaliação das tarefas realizadas, o planejamento e a preparação dos trabalhos futuros. Assim o grupo de catequista expressa mais visivelmente o caráter comunitário da tarefa catequética”[42].
O catequista participando do grupo como educador da fé, está educando a si mesmo para que a mensagem transmitida não seja desencarnada da vida e indiferente da realidade do catequizando. Que a sua vida no grupo seja testemunho de vida comunitária, consciente e transformadora, eficaz, autêntica na celebração da vida com os catequizandos[43].
“O catequista que participa da vida do grupo reconhece ser, em nome da Igreja, testemunha ativa do Evangelho, representante da comunidade eclesial”[44].
O grupo de catequistas possuem algumas características importantes:
Ø é um grupo que reza,
Ø condivide as alegrias e as fadigas,
Ø faz periodicamente revisão do método e conteúdo usado,
Ø forma a consciência crítica,
Ø conhece a realidade em que vive os catequizandos (cultural, econômica, social, religioso).
No seguimento de Cristo os apóstolos cresceram na fé, iniciam a missão evangelizadora, evangelizam e ao mesmo tempo são evangelizados, quanto mais se doam, tanto mais recebem.
4.2.2 Motivações de Grupo
A comunidade cristã é a primeira catequista dos adultos, na medida em que se vive, testemunha o que se ensina, educando o sentido de pertença, a comunhão e co-responsabilidade eclesial. Para viver esta experiência de Igreja é importante a vida de grupo, porque é nele o lugar normal da educação na fé[45].
a) Motivações Pedagógicas
1. A educação que o catequista realizará dependerá da sua própria experiência de grupo, que se baseia na sua participação ativa e na dinâmica de pesquisar juntos, para responder as perguntas existentes no próprio ministério, que refletirá no grupo dos catequizandos, fazendo-os participantes e protagonistas deste caminho educativo[46].
2. O trabalho em grupo ajudará a pesquisa pessoal e ao estudo, educará não somente ao saber, mas também ao saber ser, favorecendo o contato com o outro, ajudando no amadurecimento da pessoa, na abertura a comunicação e a cooperação[47]. No grupo favorece a encarnação das propostas educativas, a interiorização dos valores, tornando-se um lugar privilegiado para a educação personalizada.
3. Trabalhar em grupo é um meio fundamental para educação na vida da sociedade, onde se terá homens mais sensíveis as necessidades reais de cada indivíduo[48].
b) Motivações Teológico-pastoral
O Concílio Vaticano II, favoreceu com suas reflexões a redescoberta de uma Igreja comunhão e participação, favorecendo a buscar novos relacionamentos dentro da própria comunidade eclesial.
Na comunidade comunhão a finalidade que une as pessoas é que a comunhão possa crescer e tornar-se profunda. Por isso o relacionamento personalizado é importante ocupando o primeiro lugar. Trabalhar juntos, condivide qualquer coisa, torna-se meios para que a comunidade chegue a ter um só coração e uma só alma (cf At 2, 42-47), para a realização da verdadeira comunhão de pessoas.
Observando a comunidade-sociedade o que prevalece é a eficiência e a produção do indivíduo, a ponto de sacrificar as relações com as pessoas. na comunidade-comunhão, se coloca a serviço da pessoa, privilegiando o relacionamento interpessoal.
O grupo de catequistas com seu testemunho, assumirá como missão a educação dos adultos a comunhão e participação na edificação da Igreja-comunhão. É no grupo que a Igreja se torna experiência real e se dispõe a escutar a Palavra de Deus, a participar da celebração litúrgica, as realidades da vida, porque se respira um clima eclesial[49].
4.2.3 Método do Grupo
Para um grupo agir bem deve ser unido para que sua ação produza frutos segundo os objetivos propostos. Grupo não quer dizer tantas pessoas juntas, mas é uma dinâmica de relacionamento entre indivíduos e não com massas de pessoas. Um projeto realizado juntos se realiza melhor que individualmente, que conduzirá a capacitação para a compreensão recíproca e de total abertura[50].
Os catequistas seguindo o exemplo dos apóstolos se reúnem para:
Ø ver
Ø julgar
Ø transformar
Ø celebrar
Ø avaliar
Ø animar
estes pontos são importantes na formação do grupo de catequistas.
Analisar a situação, ver a realidade com consciência crítica, buscar a verdade da situação do povo no lugar em que está inserido o catequizando, procurando descobrir as raízes da injustiça social existente. Jesus é o modelo para o educador, um homem inserido na vida da sua gente, exercendo o seu ministério profético[51].
O catequista é aquele que sabe ver a realidade:
Ø política
Ø econômica
Ø social
Ø cultural
Ø religiosa
1. Política
A fé que separa a religião da vida e vice-versa, perde sua missão. A política é dever de todos na Igreja, porque é a promoção do bem comum. A Igreja conscientiza os cristãos de suas responsabilidades na salvação do mundo, da construção do Reino de Deus; ela não pode fechar-se em si mesma, mas deve trabalhar para que o mundo todo se torne um reino de paz, de justiça, de amor. É necessário a consciência crítica do catequista, para sua atuação transformadora, responsável, no mundo que grita por paz e justiça[52].
2. Economia
“A finalidade fundamental da produção não é o mero aumento dos produtos, nem o
lucro ou a dominação, mas o serviço do homem, e do homem completo, atendida a
hierarquia das exigências de sua vida intelectual, moral, espiritual e religiosa.
Assim a atividade econômica deve ser exercida dentro dos limites da ordem
moral”[53](cf Mt 16, 26; Lc 16, 1-31; Cl 3, 17).
O ter está sufocando o ser[54].
3. Realidade Social
Pelo mau uso do poder político e da economia, a situação social da população é gritante, sendo a fome, a insegurança, a falta de respeito dos direitos básicos da pessoa humana, produzindo violência, ódio, idolatria da riqueza e tanta criminalidade. A fonte de extrema pobreza no nosso país é o capitalismo liberal[55].
O catequista deve ser sensível no campo social, atento para escutar a voz de Deus, que clama na vida do povo[56], com discernimento para saber unir a fé com a vida.
4. Realidade Cultural
A cultura é a identidade de um povo, porque trazem consigo os valores (e desvalores), que se exprimem por meio da língua, costumes, estruturas de convivência social, arte, terra, literatura, com suas maneiras de pensar, sentir, agir e viver[57].
O catequista é convidado a ser atento a esta realidade para melhor compreender a comunidade em que atua, e ser sensível para que as outras culturas dominantes não possam impedir que vivam exprimam a sua identidade cultural.
5. Realidade Religiosa
Observar a religiosidade popular e seu conjunto de crenças profundas que determinam as convicções e as expressões que são manifestadas. Esta é uma forma de existência cultural que a religião determina em um povo, como é o caso do catolicismo popular[58].
A religião é vivida pelos pobres e simples, mas que também atinge outras camadas sociais, com tanta diversidade segundo o grupos sociais étnicos[59].
Depois de ter visto a realidade se é chamado a analisar, julgar a situação para em seguida tomar uma decisão; é importante o conhecimento profundo das atitudes do mestre diante de qualquer situação, o conhecimento da doutrina social da Igreja, da teologia[60].
Cristo revelou a verdade sobre as estruturas sócio-política, cultural, econômico-religioso, e suportando as conseqüências a ponto de doar a própria vida por esta causa.
O catequista profundamente enraizado nos fundamentos evangélicos no seguimento do Cristo, no seu ministério, assume e organiza ações transformadoras, além da pedagogia e didática da catequese que já faz parte de sua missão.
São homens e mulheres que conhecem a realidade em que vivem e procuram olhar tudo com a ótica evangélica da justiça e da fé, para julgar com os critérios humanos e cristãos a realidade e tomar uma posição naquilo que é prioritário no momento, fazendo projetos que deverão ser assumidos comunitariamente[61].
É na celebração da vida, no seu ponto máximo que está na Liturgia Eucarística, é que o catequista encontrará forças para sua ação[62]. Os exercícios de piedade mariana, a meditação da Palavra[63], os grupos de oração ou movimentos, poderão ajudar na aquisição de novas energias que alimentará a alma para manter a unidade (amor), a capacidade de reconciliação e a vivência da esperança cristã na sua ação catequética.
Saiba celebrar a vida do povo, da comunidade, com sua caminhada e seus simbolismos, as suas vitórias, fracassos e angústias. Utilizando as expressões não verbais, gestos, danças, sinais, dramatizações, teatros, encenações. Provocando a participação de todos nas celebrações da Palavra, nas caminhadas, nos ritos, na divisão de bens, assim aumentará o entusiasmo, à alegria de estarem juntos, com criatividade e disponibilidade para servir a comunidade[64].
A vida do povo como aniversários, festas de santos, nascimentos, visitas, mutirões, colheitas, devem direcionar-se para a liturgia. Tudo o que é negativo: explorações, violência, desunião, hipocrisia, corrupção, desavenças, são momentos que a comunidade deverá fazer o seu ato penitencial, aproveitando sempre os períodos fortes do ano litúrgico.
Para evitar a monotonia e repetição nas atividades catequéticas, elas deverão ser sempre revistas. Para a avaliação exige-se abertura ao novo, olhando o passado com prospectivas de futuro, para que a missão confiada possa atingir o seu objetivo.
O fechamento do catequista para a necessidade de mudanças na sua ação pedagógica, didática, metodológica, se conclui que a mente deverá ser renovada, pois a avaliação é sempre um incentivo para caminhar melhor, e crescer.
É no grupo de catequistas que se aprende a fraternidade a prática do amor, e onde Deus se manifesta. A avaliação feita será com o objetivo de uma transformação profunda, com a disponibilidade de servir e ser instrumento eficaz na missão confiada[65].
O Espírito Santo é o animador por excelência, é o mestre interior da Igreja com seu princípio inspirador de todas as atividades catequéticas[66].
A catequese é obra do Espírito Santo que suscita e mantém, ajuda no seu seguimento da fé e no amadurecimento da vida cristã, verso a plenitude[67].
“Ele vos ensinará todas as coisas e vos recordará tudo o que vos disse. Guiar-vos -á por toda a verdade” (Jo 14, 26; 16, 13).
Maria é também modelo de animadora para os catequistas, da mesma forma soube animar o seu Filho desde pequeno no conhecimento da escritura e na história do seu povo, Ele crescia em estatura sabedoria e graça diante de Deus (cf Lc 2, 40).
Jesus no seu ministério precisou de colaboradores que o ajudassem na animação de sua missão salvadora (cf Mc 1, 16-20), vivendo na comunhão e participação no anúncio do reino de Deus.
A catequese necessita de uma coordenação que procure a unidade para realizar a animação catequética, sendo fonte de vida para os grupos, encontros de formação, coordenação e avaliação. É uma equipe que está a serviço dos catequistas, fruto do amor gratuito e generosidade cristã[68].
“A liturgia, a formação dos catequistas, o seu crescimento na fé, vida comunitária, sua consciência crítica, cursos de atualização, textos e manuais, novos planejamentos, experiência de Deus em comunidade, lugar e missão da bíblia e do magistério, ligação com a diocese e o regional, vida fraterna, relacionamento com o pároco e outros agentes pastorais”[69].
Todas estas características fazem parte do ministério da coordenação do grupo de catequistas e da catequese.
4.3 Catequistas e a Comunicação
O catequista exerce o ministério da palavra, portanto é comunicador por excelência. Vemos a importância de receber noções básicas para que a sua missão seja eficaz. Deve saber inculturar os meios de comunicação social (MCS) em especial os audio visivos na sua ação apostólica.
A comunicação do evangelho deverá ser integrada nesta nova cultura, com suas novas linguagens, novas técnicas e novos comportamentos psicológicos. Somente assim a mensagem evangélica terá a capacidade de penetrar a consciência das pessoas para obter em seu próprio benefício uma adesão pessoal[70].
O catequista deverá ser preparado para a capacidade crítica destes meios, para ajudar os seus educandos a ter uma visão ampla e aberta da realidade, reconhecendo a sua importância, mas não deixando de estar atento as suas ofertas enganosas.
Tantas pessoas são influenciadas pelos MCS, e não possuem a capacidade crítica. O amor e a verdade em defesa da liberdade, do respeito e da dignidade do indivíduo, deverá guiar o comunicador catequista para o crescimento da autêntica cultura dos povos[71].
A comunicação faz parte da dimensão do ser humano, porque por inteiro ele é comunicação. Poderá não caminhar, não alimentar-se, não construir, mas sem comunicar-se será impossível o homem viver.
Quando nasce uma criança, é porque foi fruto da comunicação que existiu entre o homem e a mulher, ao mesmo tempo a possibilidade da abertura para a verdade é possível através do diálogo com o seu semelhante.
O ser humano toma consciência de si mesmo na medida que o outro responde as suas interrogações.
O homem possuindo um corpo se apresenta ao outro como sujeito que deseja comunicar-se (dialogar) em cada gesto, em cada ação, referindo-se sempre a um significado.
A comunicação não limita-se a palavras, reflexões e gestos, mas cada objeto segundo a intenção do indivíduo, torna-se sinal da missão confiada, sendo um elemento de um código de comunicação.
Portanto a comunicação é a maneira de vestir-se, de ocupar espaços, de construir, de comer, de organizar uma celebração[72]etc...
“Comunicação é a troca de mensagens entre duas ou mais pessoas ou grupos –
Comunicatio-ons é o ato de dividir, repartir, comunicar, conversar, revelar”[73].
A comunicação é um ato constante de dar e receber, porque o homem é um ser que comunica, esta arte de comunicar-se é um aprendizado que dura a vida toda.
O processo de comunicação poderá ser sintetizado desta maneira:
------------------------------------------Feedback-------------------------------
Ú Emissor Ú Mensagem Ú Canal Ú Receptor Ú
--------------------------------------Ruídos-------------------------------------
Emissorè Palavra que envia e transmite a mensagem, a fonte da qual brota a comunicação. Representa a pergunta: quem comunica.
MensagemèConjunto de sinais e símbolos que se utilizam para transmitir algo entre várias pessoas. Tipos de mensagens: verbais, icônicos, sonoros, gestuais, escritos.
Canalè É um meio. Sua função é aquela de suporte à mensagem entre o emissor e o receptor.
Receptorè Recebe a informação ou mensagem que transmite o emissor.
Ruídosè É tudo o que perturba, desvia ou dificulta a comunicação.
Feedbackè É o controle que o emissor exerce sobre a informação, colocando ao centro da relação que se estabelece entre emissor e receptor a partir da mensagem transmitida. Feedback é a relação e o intercâmbio entre emissor e receptor, que no mundo da mídia é usado para indicar o efeito de resposta ao sinal enviado pelo emissor. O índice de escuta, tipo de relação, evolução de resposta[74].
Catequistas e catequizandos são sujeitos da comunicação, onde deverão alternar-se nos papéis de emissor e receptor, transformando-se pelas informações recebidas, com as mesmas responsabilidades, porque a comunicação é circular, com trocas constantes de informações, é relacional porque provoca mudanças de mentalidade, é participativa com iguais direitos e deveres, é dialógica porque é um encontro de duas ou mais opiniões.
4.3.1 Desafios da Comunicação
O desafio pedagógico dos MCS para o catequista é que o mundo da comunicação traz consigo uma nova cultura, com todos os seus aspectos positivos e negativos, no qual se encontra dentro o homem do nosso tempo. Comunicar de modo que a pessoa seja tratada como sujeito e não como massa, eu e um tu e não eu um objeto[75].
Quando iniciou-se a usar o computador, ele foi considerado um cérebro eletrônico, por fazer tantas maravilhas a ponto dos entusiastas da inteligência artificial acreditarem que com o tempo seria possível duplicar qualquer atividade da memória já que esta é uma máquina. Entretanto outros argumentam que o processo criativo humano, é de natureza diferente da mente, e jamais será reproduzido em uma máquina.
O homem não pode ser objeto de manipulação do mesmo homem, no entanto acontece, onde se reproduz nas máquinas aquilo que foi dado por seu criador, para ocupar o seu lugar no criado. A Igreja no seu magistério não condena a capacidade que o homem há no desenvolvimento da sua inteligência de dominar a criação, pois Ele mesmo disse abençoando-os“sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e submetei-a; dominai sobre os peixes do mar.....”(Gen 1, 28), mas o seu domínio deverá ser utilizado, para a prática da justiça, da solidariedade, na promoção da paz entre as nações.
Considerando a grande importância dos MCS, a Igreja busca um diálogo honesto e respeitoso com os responsáveis da mídia. Um diálogo que se dirige em primeiro lugar a elaboração da política que lhes diz respeito[76].
O diálogo implica que a Igreja faça um esforço para compreender a mídia e seus objetivos, os seus métodos e sua regra de trabalho, as suas estruturas internas e as suas modalidades, sustentando e encorajando todos aqueles que exercitam esta profissão. Baseando-se nesta compreensão será possível fazer propostas significativas para superar os obstáculos existentes que são contrários ao progresso humano e a proclamação do Evangelho[77].
A dignidade que cada ser humano traz dentro de si, é tão alta que nem ele mesmo tem consciência da sua grandeza, pois se houvesse, tantas coisas no mundo seriam diferentes. O catequista é o educador da consciência humana, porque favorece através de um percurso formativo a possibilidade de retornar a sua origem de filho de Deus, no encontro consigo mesmo, para encontrar o sentido profundo da sua existência, e não ser tratado por seu semelhante como objeto da criação, mas protagonista dela[78].
No mundo dos MCS e dos novos meios eletrônicos e informatizados, a fé cristã se vê sempre reduzida de proposta, não é eficaz, o seu produto sem valor, sendo pisada pela potente máquina social da comunicação, a experiência religiosa aparece insignificante[79].
A religião aparece nos olhos de muitos como realidade que não goza de boa imagem. O gigante do mercado das ofertas culturais mais variadas, faz com que o fenômeno religioso apareça um produto de aparência e passageiro, como qualquer coisa que para o momento faz sucesso (espetáculo).
Da outra parte a mídia traz consigo uma nova mentalidade e uma nova cultura cheia de riscos na ordem da missão formativa, condicionando a promoção do homem, tornando-o instrumento de condicionamentos, na medida em que o nível da média de gostos deformam a realidade, cancelando a identidade cultural dos vários grupos étnicos e sociais.
Promotores de uma cultura de emoção, com tendência de plasmar o senso crítico do indivíduo, colocando-se a serviço das exigências do comércio e das ofertas feitas pela crônica do que acontece no mundo sem deixar espaços a reflexão, e terminam por seduzir comportamentos sociais, como o conformismo e o indiferentismo.
A cultura produzida pela mídia é de fragmentação e superficialidade. É verdadeiro, não naquilo que é real, mas somente no que se faz ver, as coisas acontecem somente quando a mídia fala, com grave risco que seja comprometida a verdade e a profundidade dos problemas enfrentados.
Os MCS podem ser utilizados para o bem das pessoas e das comunidades, como também ser utilizada para a manipulação, domínio e corrupção[80].
O princípio ético fundamental é que a pessoa humana e a comunidade são o fim e a medida do seu uso. A comunicação deverá ser feita da pessoa em benefício do seu desenvolvimento integral. A tecnologia informática e internet são todas realidades que estão no processo da globalização, criando uma situação na qual o comércio e as comunicações não estão fechadas nos confins do país a que pertence.
O homem atual é formado pelos meios de comunicação e pela revolução informática, do rádio, da tv, da internet, estes transformam a civilização. A revolução da nossa época é da informática e da tecnologia.
As novas tecnologias produzem a imagem de um mundo cada vez mais complexo. Os produtos individuais, as telecomunicações, a informática, a proliferação de mensagens que se difundem por todo o planeta, contribuem para a transformação da sociedade e para estabelecer um novo tipo de relações entre os indivíduos e os povos[81]
A programação pastoral deverá refletir sobre como conduzir as pessoas a comunidade autêntica e como através da educação catequética, no uso dos MCS poderá ser utilizada para sustentar e enriquecer nos compromissos cristãos.
“Querer evangelizar pela comunicação e pelos meios de comunicação exige, antes de mais nada, que aqueles que comunicam e evangelizam vivam entre si a comunicação, geradora de comunhão e participação. Nem só pastores, nem só técnicos, mas pastores tecnicamente preparados para o mundo de hoje, de agora, abertos as possibilidades do amanhã da comunicação social, e agentes de pastoral também”[82].
4.3.2 Deus é Comunicação
A comunicação é muito mais que um exercício técnico, porque o seu início esta na comunhão de amor entre as pessoas divinas e na comunidade da Trindade. A comunicação da Trindade se estende a humanidade, o Filho e o Verbo eternamente pronunciado pelo Pai e em Jesus Cristo e através dele o Filho encarnado. Deus comunica a si mesmo a sua salvação aos homens e mulheres[83].
Deus continua a comunicar-se com a humanidade por meio da Igreja, pois ela é a guardiã da revelação, cujo magistério é responsável em fazer autenticamente a interpretação da sua Palavra[84].
A Igreja é comunhão de pessoas e de comunidade Eucarística que nasce da comunhão da Trindade e que no seu agir refletem esta unidade, sendo essencial para ela a comunicação[85].
Deus revelando-se a humanidade, traz consigo uma mensagem que comunica salvação (Jesus Cristo), a resposta do homem (feedback) a Deus, manifesta que sua mensagem transmitida penetrou o profundo do seu ser, transformando-o.
O cristianismo é a única religião revelada, onde Deus entra em relação com o homem, a tal ponto de fazer-se um com ele, para que seja capaz de entender a sua mensagem de amor (emissor). Comunica-se com o homem a partir da própria história, agindo nela e contando com sua colaboração (feedback) ativa.
Portanto Deus ao comunicar-se, buscou envolver o homem por inteiro para a sua realização nas diversas dimensões (espiritual, biológico, psíquica) dentro da sua cultura, para que se tornasse responsável da sua própria caminhada de fé, com criatividade e que pudesse exprimir com originalidade sua experiência de Deus.
O mestre Jesus foi este grande comunicador, pois a palavra de Deus foi encarnada na história da humanidade “e o Verbo se fez carne e habitou entre nós” (Jo 1, 14).
O povo admirava a capacidade de comunicar que Jesus havia: “Ele ensinava como quem tem autoridade e não como os escribas” (Mc 1, 22). Os escribas somente haviam belas palavras, mas a vida era contraditória com os seus ensinamentos. Podemos recordar ainda aqueles soldados que foram prendê-lo e não o fizeram, justificando-se diante dos chefes dos sacerdotes e dos fariseus que “jamais um homem falou assim” (Jo 7, 45). Realmente as palavras de Jesus penetravam as entranhas, transmitiam energia, renovação interior, o desejo de ser mais humano e resgatar a dignidade de filho, e não compartilhar com as injustiças do mundo, e transmitir a experiência feita, para dar esperanças aqueles que a perderam.
A mensagem de Jesus (emissor), é cheia de força que ainda hoje ecoa nos corações, “ide ao mundo inteiro, proclamai o Evangelho a todas as criaturas” (Mc 16, 15). A resposta da humanidade ao seu envio continua nas gerações, pois eles “foram proclamar a Boa Nova por toda parte” (Mc 16, 20).
Através do catequista (feedback), por meio da catequese se continua o mandato de Jesus em fazer ecoar a Palavra de Deus nos corações dos homens.
4.4.3 Comunicação na Catequese com adultos
“Evangelizar é comunicação”[86], portanto catequizar é comunicar o amor de Deus, e quem ama comunica esta mensagem, utilizando os meios atuais para que ela atinja seu objetivo, que é o coração do homem.
É um elemento fundamental para a catequese a comunicação, não é um simples instrumento, mas é uma forma de linguagem, de escuta, de comunicar-se, conhecer-se, respeitando o modo de ser de cada pessoa[87].
Os MCS é o areópago dos tempos modernos segundo João Paulo II, não basta usá-los somente para a difusão da mensagem cristã e do magistério da Igreja, mas deverá integrar a mensagem na nova cultura criada da comunicação moderna[88].
Os meios de comunicação influência fortemente o pensamento do homem, pois a experiência humana tornou-se experiência medial. A realidade virtual não poderá substituir a real presença de Cristo na Eucaristia, e a realidade sacramental dos outros sacramentos e o culto participado no seio de uma comunidade humana de carne e osso.
Com a atual tecnologia desenvolvida pela internet, de uma comunicação globalizada, não existe na internet sacramento, a experiência religiosa que é possível pela graça de Deus, é insuficiente se separada da interação com o mundo real dos outros fiéis.
A programação pastoral deverá refletir como conduzir as pessoas a comunidade autêntica e como através da educação catequética a internet possa ser utilizada sucessivamente para sustentar e enriquecer nos seus compromissos cristãos[89]. Embora a aproximação do catequista a cultura da mídia produz reações diversas, gerando incertezas.
O catequista é chamado a catequizar utilizando “imagens, sons, emoções e dinâmicas do que palavras”[90], isto não quer dizer que não deva usar palavras, livros, deverá ser criativo na comunicação da mensagem que será mais que informação, mas educação da fé.
As verdades da nossa fé deverão ser transmitidas com criatividade, e de maneira nova, procurando compreender e entender a cultura do indivíduo, para que a mensagem seja inculturada na sua maneira de ver, ouvir, e sentir, e que os valores e princípios cristãos sejam comunicados.
Atingindo a dimensão sensível e emocional da pessoa, ajudará a criar laços de compromissos, que devagar chegará a razão. A simpatia e a empatia permitirá por meio do relacionamento que a mensagem transmitida produza frutos.
A comunicação do catequista com o catequizando deve suscitar interrogações[91], ao contrário não terá crescimento. O adulto deseja ser tratado como adulto, que tenha possibilidade de discutir, trocar idéias sobre um determinado argumento, ser informado da situação atual, da política, economia, temas sobre a família, porque tudo isto influência na sua vida de fé; ele deseja conhecer a verdade das coisas.
4.3.4 Mass Media e Group media
Existe na comunicação dois meios para a sua difusão:
Ø Mass Media
Ø Group Media
Neste caso aprofundarei mais o group media que nos interessa.
Mass Media
Mass media è um meio de comunicação de massa, com capacidade de registrar uma grande quantidade de informações, enviando-as em qualquer parte do mundo no mesmo momento em que se está registrando (tempo real).
A mass media necessita de um grande público para sua alta concentração de capital, como também de técnicos de grande capacidade profissional para manter este grande patrimônio[92]. São caracterizados a rádio, a tv, o cinema, as agências de informações, internet, a estampa, áudio, o vídeo etc...
Group Media
O group media é voltado para um número pequeno de pessoas (grupos), conduzido pelo mesmo, ha uma técnica, mas não exercem como profissão. Utilizam para os encontros em grupo o áudio visivo nas suas diversas expressões tais como:
O desenho, o cartaz, o canto, os gestos, a dança, a fotografia, o slaids, os pequenos projetores, o gravador, o vídeo, a rádio local, o jornalzinho, todos esses elementos fazem parte deste group media, porque não necessitam da massa, mas são utilizados para que a mensagem transmitida possa atingir a memória e o sentimento do grupo e produzir o êxito desejado na comunicação realizada.
Hoje a preocupação que está na base da escolha group media, é a autenticidade na comunicação, para garantir com qualquer meio a disposição, o anúncio da Palavra, no respeito da originalidade da mensagem que dará dignidade a pessoa.
Trabalhar com meios de comunicação que não necessariamente precisa de massa de pessoas, favorece e incentiva a vida de grupo. Ajudando a superar a passividade, a superficialidade, e o perigo de consumo. É necessário programar a utilização de meios que favoreçam as pessoas e aos grupos de reagirem e refletirem, para desenvolverem o senso crítico, ajudando no discernimento e na criação de material, segundo aquele que se é disponível na realidade em que se vive[93].
O áudio visivo normalmente é utilizado em um itinerário de formação, é de grande utilidade para suscitar interesse por um problema, para analisar um conteúdo e provocar reflexão para uma interiorização. Portanto é o animador (catequista) que deverá escolher quais os meios que será utilizado durante o percurso formativo[94].
A comunicação autêntica se realiza dentro de uma comunidade humana viva, onde cada pessoa é acolhida para ser protagonista com igual dignidade na utilização das informações. Para o cristão a comunidade é o lugar onde se encontra com a Palavra de Deus, a acolhe com a resposta da vida e da oração.
A Igreja faz opção pela comunidade, pois tem de frente uma sociedade que por suas razões econômicas e políticas, identifica as pessoas por números considerado-as massa[95].
Na comunidade que se dialoga a pessoa se torna ativa e responsável pelo seu crescimento, e a utilização do áudio visivo, será um meio para promover o encontro do homem com Deus no seu mistério, fazendo que a mensagem comunicada por meio de imagens, som, ajudem a reflexão ao diálogo, onde cada um sinta-se livre para fazer a sua intervenção; isto não quer dizer que se desprezará a função da palavra e da razão, mas deverá ajudar a suficiente compreensão, para dar sentido a própria esperança[96].
“A cultura eclesial da alegria pode salvar a cultura da distração dos meios
de comunicação do tornar-se fuga sem alma da verdade e da responsabilidade; os meios de comunicação social podem ajudar a Igreja a compreender melhor como comunicar com as pessoas de modo atraente e por fim agradável. Estes são somente alguns exemplos de como uma mais estreita cooperação em espírito de amizade e a um nível mais profundo, possa ajudar a Igreja e os meios de comunicação social a serviço dos homens e das mulheres do nosso tempo na busca de sentido e na realização de si”[97].
4.4 Projeto de Formação de Catequistas
A diocese de Jundiaí fez um percurso grandíssimo de organização catequética desde a sua fundação, tendo organizado escolas catequéticas diocesanas de formação em duas regiões da diocese, para a formação teológica de leigos e diáconos. Este trabalho foi elaborado segundo as informações recebidas sobre algumas dificuldades enfrentadas pela coordenação diocesana da catequese[98].
A escola diocesana favorece no 1o ano uma introdução das matérias fundamentais tais como: teologia dogmática, Sagrada escritura, liturgia, doutrina social da Igreja, teologia pastoral e catequética. Após o primeiro ciclo de estudos que dura um ano (se realiza uma vez por semana), o estudante poderá escolher a matéria que deseja especializar-se no segundo ano.
A minha proposta será para o aprofundamento da formação catequética dos catequistas para o exercício do seu ministério (formação no ser, no saber, e no saber fazer) dando toda liberdade para a sua reorganização a equipe de formação, visto que o Centro catequético forma leigos para todos os tipos de ministérios e os conteúdos básicos são para todos.
O catequista da diocese de Jundiaí, vive em uma sociedade pluralista, com níveis sociais, culturais, religiosos diversos. Catequista da grande cidade e da periferia, pessoas de alto nível de formação e outras de ensino básico.
É nesta realidade diversificada que existe algo em comum, a vocação e missão de catequista, que necessita redescobrir o valor desta sua missão dentro desta Igreja particular, onde foi chamado por Deus para evangelizar e catequizar.
A espiritualidade, formação humana e de grupo ajudará a superar as barreiras existentes entre os catequistas, e fará crescer o espírito eclesial, importantíssimo para o testemunho cristão.
Além de todo o itinerário formativo proposto neste trabalho sobre a formação de catequistas de adultos, será útil aprofundar o Rito de iniciação cristã para adultos (RICA). Que se realize alguns encontros para aprender a elaborar um itinerário de formação para adultos, seja para aqueles que pedem o batismo (pré-catecumenato ou catecumenato) ou para aqueles que desejam continuar o caminho de aprofundamento da sua vida de fé.
4.5 Conclusão
Saber interagir a fé com a vida (pedagogia divina), não basta somente técnicas e conhecimentos, mas é necessário a graça de Deus, que age no coração do seu ministro que deseja sinceramente ser instrumento nas mãos do seu Senhor.
Interagir a fé com a vida é um desafio, pois existem tantos obstáculos humanos, e nem mesmo assim será impossível atingir a meta desejada, somente na eternidade se atingirá a perfeição.
Para o crescimento da maturidade humana, cristã - eclesial do catequista é importantíssimo valorizar o grupo de catequistas, pois vivendo de maneira isolada trará muitos danos para o reino de Deus.
O método que o educador deverá utilizar (ver, julgar, transformar, celebrar, avaliar e animar) é para ajudá-lo a inserir-se na cultura do destinatário (pedagogia da encarnação) para que a mensagem comunicada produza frutos de conversão e adesão no seguimento de Cristo.
Inserindo-se na realidade em que deverá exercer o seu ministério catequético, será capaz de programar um itinerário de formação segundo as necessidades dos destinatários.
[1] Cf Capitulo III, Jesus educador.
[2] Ibidem.
[3] CR, 145.
[4] Cf DNC, 396-404.
[5] Cf SD, 11.
[6] Ibidem.
[7] Ibidem, 12.
[8] Cf Puebla, 628.
[9] Cf Puebla, 342.
[10] Cf L. MEDDI, “Educare la fede”, op. cit., 123.
[11] Cf 2ª SBC, 70.
[12] Ibidem, 74-77.
[13] Ibidem
[14] Cf S. PALLUZZI, “Manuale di psicologia”, op. cit., 200-202.
[15] Cf 2a SBC, 86-88. Capítulo II sobre dicas de auto-estima.
[16] Cf L. MEDDI, “Educare la fede”, op. cit., 104.
[17] Cf S. PALUZZI, “Manuale di psicologia”, op. cit., 204-206.
[18] Cf 2a SBC, 94-101.
[19] Cf S. PALUZZI, “Manuale di psicologia”, op. cit., 207-214.
[20] Cf UFFICIO CATECHISTICO NAZIONALE, “Adulti e catechesi nella comunità”, Elle Dici, Leumann (Torino) 1992, 59-60.
[21] Ibidem, cf Capítulo II sobre a formação da consciência.
[22] Cf 2ª SBC, 82-91.
[23] L. MEDDI, “Educare la fede”, op. cit., 184-185.
[24] Cf Puebla, 239.
[25] Cf DNC, 47-48.
[26] Ibidem, 53.
[27] DOCUMENTO DI BASE,“Il rinnovamento della catechesi”, Elle Dici, Leumann (Torino) 1970, 78.
[28] Cf DNC, 130-131.
[29] Cf DNC, 64, 331,335; DGC, 205.
[30] Cf DNC, 407.
[31] Cf GS, 22.
[32] Cf DOCUMENTO DI BASE, “Il rinnovamento della catechesi”, op. cit., 47.
[33] Ibidem, 66-67, 77-78.
[34] Ibidem, 108.
[35] Cf GS, 43b.
[36] Cf DOCUMENTO DI BASE, “Il rinnovamento della catechesi”, op. cit., 111-112.
[37] Ibidem, 112.
[38] Cf com o Capítulo II sobre a vocação do catequista na Igreja.
[39] Cf CNBB, 71 “Diretrizes Gerais da ação Evangelizadora da Igreja no Brasil, 2003-2006”, Paulinas, São Paulo 2003, 64-93.
[40] Cf FdC, 30-33.
[41] Cf B.CANSI, “Catequistas populares”, Vozes, Petrópolis 1990, 31-33.
[42] CR, 151.
[43] Cf FdC, 30-33..
[44] DNC, 285.
[45] Cf L. SORAVITO, “A catechesi degli adulti”, Elle Dici, Leumann (Torino) 1998, 270-272.
[46] Ibidem.
[47] Cf C. NANNI, “L’educazione tra crisi e ricerca di senso”, LAS, Roma 1986, 156.
[48] Cf. L. SORAVITO, “La catechesi degli adulti”, op. cit., 270-272.
[49] Ibidem.
[50] Cf R. TONELLI, “Dinamica di gruppo”, in Dizionario di catechetica, 212-213.
[51] Cf Capítulo III, Jesus educador.
[52] Cf B.CANSI, “Catequistas populares”, op. cit., 53-63; CR, 266-270.
[53] Ibidem; Cf GS, 63-66.
[54] Cf Puebla, 497.
[55] Ibidem, 493-497.
[56] Cf Medellin, 4-13.
[57] Cf Puebla, 386-393.
[58] Cf Puebla, 444-448; Capítulo III sobre a pluralidade religiosa no Brasil.
[59] Ibidem; cf EN, 48.
[60] Cf B. CANSI, “Catequistas populares”, op. cit., 57-59; ver o Capítulo II sobre a formação da consciência.
[61] Cf B.CANSI, “Catequistas populares”, op. cit., 59.
[62] Cf SC, 14.
[63] Cf Capítulo II, guia sobre a Lectio Divina.
[64] Cf B. CANSI, “Catequistas populares”, op. cit., 60-61.
[65] Ibidem.
[66] Cf CT, 72-73.
[67] Ibidem.
[68] Cf B.CANSI, “Catequistas populares”, op.cit., 61-63.
[69] Ibidem.
[70] Cf RMi, 36; EN, 45; DGC, 161.
[71] Cf DGC, 162; Chl, 44.
[72] Cf F. LEVER, “Comunicazione”, in Dizionario di Catechetica, 160-161.
[73] COMUNICAT, “Propostas para uma catequese acolhedora e comunicativa”, Paulus, São Paulo 1999, 5.
[74] Cf P. BABIN, “La catechesi nell’era della comunicazione”, Elle Dici, Leumann (Torino) 1989, 34.
[75] Cf E. ALBERICH - A. BINZ, “Forme e modelli di catechesi con gli adulti”, Elle Dici, Leumann (Torino) 1995, 206.
[76] Cf PONTIFICIO CONSIGLIO DELLE COMUNICAZIONE SOCIALE, “La Chiesa e Internet -Etica in Internet”, EDB, Bologna 2002, 5; Aetatis Novae, 8.
[77] Ibidem.
[78] Cf IM, 5.
[79] Cf PONTIFICO CONSIGLIO DELLE COMUNICAZIONE SOCIALE, “La Chiesa e Internet –Etica in Internet”, op. cit., 35-36.
[80] Ibidem, 21-23.
[81] Cf W.GRUEN, “Novos tempos interpelam nossa catequese” , <Revista de Catequese> (89) 2000, 42-48.
[82] N. TEIXEIRA, “Comunicação Libertadora”, Paulinas, São Paulo, 1983, 15.
[83] Cf PONTIFICO CONSIGLIO DELLE COMUNICAZIONE SOCIALE, “La Chiesa e Internet –Etica in Internet”, op. cit., 5.
[84] Cf DV, 10.
[85] Cf PONTIFICIO CONSIGLIO DELLE COMUNICAZIONE SOCIALE, “La Chiesa e Internet – Etica in Internet”, op. cit., 5.
[86] Puebla, 1063.
[87] Cf 2a SBC, 417-442.
[88] Cf RMi, 37.
[89] Cf Aetatis Novae, 2.
[90] 2a SBC, 440-441
[91] Ibidem.
[92] Cf L. LEVER, “Group-media”, in Dizionario di catechetica, 317-319.
[93] Cf DNC, 275-276.
[94] Cf E. ALBERICH – A. BINZ, “Forme e modelli di catechesi con gli adulti”, op. cit., 204-206.
[95] Cf F.LEVER, “Comunicazione”, in Dizionario di catechetica, 160-161.
[96] Ibidem.
[97] J. PAULO II, “Mass Media: Presença amiga perto de quem esta na procura do Pai”, Mensagem pela XXXIII Dia Mundial das Comunicações Sociais, Lib. Ed. Vaticana, Cidade do Vaticano, 1999, 3.
[98] Cf Capítulo I, 3-6.