INTRODUÇÃO

 O objetivo deste percurso de formação de catequistas de adultos, é dar uma visão geral das dimensões necessárias no exercício do ministério catequético.

Será utilizado o método analítico, dedutivo e sintético, que ajudará analisar o material recolhido, tendo como fonte o documento da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, 2a Semana Brasileira de catequese, com suas reflexões permitirá de confrontar com a realidade analisada, procurando dar uma resposta as dificuldades existentes na formação de catequistas de adultos da diocese de Jundiaí.

 As divisões dos capítulos foram orientadas pelo Diretório Geral de Catequese[1], que demonstra a importância de formar catequistas na sua totalidade (ser, saber, saber fazer) e não somente em um aspecto, pois na maioria das vezes preocupou-se com a formação intelectual, esquecendo-se que o homem possui outras dimensões importantes, tais como o Ser,   formação humana-cristã.

Estas dimensões fundamentais do ser humano necessitam de aprofundamento para que haja crescimento rumo a maturidade de Cristo. Este homem não crescerá isolado, mas em comunidade, onde será apoiado pela comunhão fraterna.

A preocupação com o ser da pessoa é devido a crise existencial provocada pela sociedade secularizada com os seus meios modernos de comunicação que invadem a vida do indivíduo com suas ofertas enganosas. Por sua vez  grande parte das pessoas não são  preparadas em discernir o que é engano ou verdade, tornando-se objeto de consumo e diminuindo o cultivo espiritual da beleza da verdade, do bem e da transcendência, concentrando-se nos sentidos inferiores[2].

“A fé privada da razão, pôs em maior evidencia o sentimento e a experiência, correndo o risco de deixar de ser uma proposta universal. É ilusório pensar que, tendo a frente uma razão débil, a fé goze de maior incidência, pelo contrario, cai no grave perigo de ser reduzida a um mito ou superstição”[3].

O primeiro capítulo dará uma base sintética histórica da origem do Movimento Catequético Brasileiro depois do Concílio Vaticano II, perceber-se-á a sua evolução e seus fundamentos eclesiológicos-cristológico-antropológico, para continuar o percurso de maneira consciente e pés no chão da realidade. É neste contexto que a formação de catequistas de adultos na diocese de Jundiaí, responderá aos apelos de Deus, manifestados na sua realidade cotidiana.

O segundo capítulo foi elaborado dando prioridade a formação do catequista no ser para testemunhar a vida cristã, na redescoberta da sua vocação ministerial catequética (serviço eclesial), que ajudará no seu amadurecimento espiritual.

O conhecimento de algumas problemáticas psicológicas que influenciam no comportamento humano e dificultam o amadurecimento na fé, como também o ambiente  em que se vive, constituem um dos grandes desafios no seu crescimento.

O catequista no processo de sua formação permanente deverá ser aberto para confrontar a sua realidade interior humana e ter muita confiança na iluminação divina que cura e transforma o coração quando o indivíduo se deixa modelar por Deus, para ser conduzido à experiência do seu amor misericordioso revelado no seu Filho Jesus.

Neste capítulo será tratada a importância da formação da consciência, para ser capaz de discernimento na prática da verdade com liberdade a ponto de tomar decisões em qualquer situação sem constrangimentos.

Esta por sua vez o conduzirá a prática de uma vida espiritual intensa, alimentado da Palavra de Deus, dos sacramentos, à devoção filial a Maria e à comunhão eclesial, com um verdadeiro espírito missionário no seguimento de Cristo. A sua formação é para o crescimento da sua vida individual e comunitária, para formar novos grupos eclesiais dentro da comunidade cristã.

O terceiro capítulo falará sobre a importância de formar catequistas no saber para participar. Este saber importante para ele será a Sagrada Escritura fonte da revelação divina a humanidade, por meio de Jesus Cristo que fez conhecer o amor misericordioso de Deus Pai. O magistério guiará para uma compreensão segura desta revelação, que deverá ser inculturada na realidade eclesial do destinatário.

Jesus Cristo segundo a exposição, é modelo de pedagogo para o catequista, onde cada um com sua espiritualidade deverá entusiasmar-se no anúncio do Reino de Deus.

O espírito eclesial do catequista deverá ser contemplado na comunidade dos primeiros cristãos (cf At 2, 42 ss), juntos com Maria e os apóstolos, favorecendo a abertura ao novo e a capacidade de dialogar com o diferente. Portanto o saber do catequista não será fundamentado somente em bases teóricas, mas deverá encarnar-se na realidade eclesial em que vive e desenvolve a sua missão catequética – evangelizadora.

O sonho da Igreja do novo milênio deverá tornar-se realidade, se cada um assumir as responsabilidades de sua missão. Na busca da santidade, na imitação da Trindade para a construção de comunidades vivas, desenvolvendo a capacidade missionária através dos ministérios, para colocar-se a serviço em um contínuo diálogo com o diferente, tendo o espírito de acolhimento que se manifestará por meio da alegria missionária. Deverá usar de criatividade, e deixar-se guiar pelo Espírito de Deus no exercício da profecia, em espírito de pobreza, com a disponibilidade para o martírio, começando das pequenas coisas no dia a dia, acreditando sempre na proteção amorosa de Maria.

 O capítulo quarto refere-se sobre o saber fazer do catequista, para ser capaz de comunicar, interagindo a fé com a vida e assim a mensagem comunicada chegará ao destinatário com a força e a potência do testemunho, suscitando novos discípulos no seguimento de Cristo.

Sua pedagogia educadora deverá ser a mesma do mestre, exigindo do discípulo a capacidade de relações fraternas e aos poucos ir eliminando todo infantilismo religioso.

O amadurecimento humano-cristão do catequista se realiza no grupo, é ali que se faz a experiência comunitária eclesial, que será a base da formação de outros grupos eclesiais a serviço do evangelho.

O método ver, julgar, transformar, celebrar, avaliar, animar utilizado no grupo de catequistas, é uma maneira eficaz na sua ação catequética, iluminado pelo espírito de Deus para atingir a profundidade do coração humano.

Deus comunicador por excelência, transmite sua mensagem de paz  e libertação para a humanidade e quer  receber o auxílio do catequista educador na transmissão desta boa notícia. O catequista comunicador do evangelho, deverá ter uma visão cristã dos meios de comunicação social e ao mesmo tempo crítica para saber utilizar estes meios modernos de comunicação.

        

Finalizando o percurso, foi elaborado uma proposta de um projeto educativo para a  formação segundo a realidade analisada.

         O limite deste trabalho é que não procurei aprofundar tanto os aspectos psicoreligiosos, morais que influenciam tanto na vida do adulto hoje, mas somente ofereci algumas sugestões para um aprofundamento, tendo a possibilidade de utilizar as biografias sugeridas.

 

 A minha intenção foi de dar alguma sugestão as questões propostas, de maneira simples mas solidificada no magistério e nos estudos passados e recentes sobre o tema, para perceber a grandeza e importância da formação dos catequistas de adultos nas suas três dimensões mencionadas.

Não falei sobre a organização do itinerário do catecumenato que foi uma das questões discutidas na 2a Semana brasileira de catequese, mas propus no projeto que fosse estudado o RICA, porque segundo a realidade não era o caso em questão.

 

Formar é entrar na dinâmica de ajudar as pessoas a descobrir o processo criativo de aprender sempre, para ir atualizando nas dimensões propostas do ser, saber e saber fazer. Ninguém sairá pronto de nenhuma etapa de formação, mas adquirirá atitudes formativas que conduzirá até o fim da vida, e somente terminará no encontro definitivo com Deus[4].


 

[1] Cf DGC , 238-247.

[2] Cf LIBANIO J.B., “A arte de formar-se”, Loyola, São Paulo 2001, 86-88.

[3] FR, 48.

[4] Cf LIBANIO J. B., “A arte de forma-se”, op.cit., 126.